Congregação Cristã no Brasil

10-12-2015 12:59
Introdução
 
A Congregação Cristã no Brasil é vista por alguns como uma seita, por outros, como um movimento contraditório. Nosso objetivo nesta lição é demonstrar o caráter sectarista e exclusivista desta igreja, pois suas doutrinas são fundamentadas em versículos isolados das Escrituras e mal interpretados, como também veem as demais igrejas como seitas.
 
Fundador
 
Luis Francescon, nascido em 29 de março de 1866, na comarca de Cavasso Nuovo, província de Udine, Itália, imigrou para os Estados Unidos, chegando à cidade de Chicago, Estado de Illinois em 1890. Em 1891 teve compreensão do novo nascimento e aceitou a Cristo como seu Salvador. Em março do ano seguinte, junto ao grupo evangelizado pelo irmão Nardi e algumas famílias da Igreja Valdense, fundaram a Primeira Igreja Presbiteriana Italiana, tendo sido eleito Filippo Grili como pastor e Francescon como diácono.
 
Rompimento com a Igreja Presbiteriana
 
Luis Francescon começa a questionar o batismo por aspersão e conclui que a igreja estava praticando o Batismo de forma errada. E resolveu falar com a igreja acerca deste assunto, o que fez, convidando a todos os membros da Igreja Presbiteriana para assistir ao seu batismo por imersão. O batismo foi realizado no dia 7 de setembro de 1903, onde compareceram cerca de 25 irmãos, dos quais 18, incluindo Francescon, foram batizados. Com a chegada do Pastor Filippo Grilli, da Itália, Francescon não pode fazer outra coisa que pedir seu desligamento daquela igreja, e o grupo batizado, juntamente com ele, também se desligou, mesmo a revelia. Assim estabeleceram uma pequena comunidade evangélica livre reunindo-se na casa dos irmãos.
 
O Batismo com Espírito Santo
 
Em fins de 1907, o grupo liderado por Francescon tomou contato com o nascente movimento pentecostal.  No dia 25 de agosto de 1907, Luis Francescon recebeu o Batismo com Espírito Santo, e algum tempo depois o Pastor Durham informou a ele que o Senhor o tinha chamado para levar sua mensagem à colônia Italiana, e o movimento foi se expandindo.
 
O Estabelecimento da Igreja no Brasil
 
Francescon e Giacomo Lombardi dirigiram-se ao Brasil em 8 de março de 1910, com destino a São Paulo.  Parece, todavia, que de início seu trabalho foi pouco promissor, até que em 18 de abril, G. Lombardi partiu para Buenos Aires, e Francescon foi para Santo Antonio da Platina, no Paraná, chegando lá em 20 de abril de 1910, e deixou estabelecido ali um pequeno grupo de crentes pentecostais, o primeiro grupo desse segmento no Brasil.
 
Ao retornar em 20 de junho para São Paulo, após um contato inicial com a Igreja Presbiteriana do Brás, onde alguns membros aceitaram a mensagem pentecostal, bem como alguns batistas, metodistas e católicos romanos, surge a primeira "Congregação Cristã" organizada no país. A partir daí, o trabalho da Congregação Cristã espalha-se por onde existe colônias italianas, notadamente na região sudeste do país, principalmente nos Estados de São Paulo e Paraná, onde até hoje se concentram. Seu fundador, o ancião Luis Francescon, faleceu em 7 de setembro de 1964, na cidade de Oak Park, Illinois, USA.
 
O Desenvolvimento da Igreja
 
Diante dos relatos acima, podemos ver que a história da Congregação Cristã não traz maiores diferenças que possam explicar sua posição sectária de hoje, mas no decorrer do tempo foram se adequando a certos individualismos. Baseados na história narrada pelo próprio Francescon, podemos declarar que o comportamento da Congregação Cristã hoje é bem diferente de seu fundador; pois o mesmo mantinha comunhão com irmãos de denominações diferentes.
 
Primeiramente, devemos ter em mente que a Congregação Cristã teve origem num ambiente teológico, onde dominava a doutrina da predestinação, de onde vieram seu fundador e boa parte de seus primeiros membros. Isso, somado ao fato de que algumas profecias davam conta de que lhe seriam enviados os que haveriam de se salvar, além do fato de o ancião Francescon não ficar continuamente junto aos novos grupos, mas, como ele mesmo escreveu, esteve em nosso país cerca de dez vezes, em períodos intercalados. Esses fatos com certeza causaram grandes vácuos na interpretação e orientação da liderança nacional, levando a surgir uma interpretação extremista dos conceitos calvinistas.
 
Doutrinas Da Congregação Cristã no Brasil
 
Ao analisar o pensamento doutrinário da Congregação Cristã no Brasil, temos a impressão de que seus líderes criaram um Evangelho segundo a CCB. A maioria de seus adeptos defendem o pensamento errôneo de que a salvação só é possível na sua própria igreja: "A gloriosa Congregação". Desenvolveram inconscientemente a doutrina da auto-salvação, ou da religião salvífica, e consequentemente por tabela o monopólio da salvação, com todos os direitos reservados à CCB, uma espécie de "copyright".
 
a) Sobre o estudo da Bíblia
 
A CCB ensina que o Espírito Santo dirige tudo, e não é necessário se preparar, examinar ou meditar nas Escrituras Sagradas. Sem dúvidas, o Espírito Santo opera poderosamente na vida de sua Igreja, mas isto não significa que devemos desprezar o estudo das Escrituras. É uma postura que desvirtua um dos propósitos de Deus, que é o exame de sua Palavra. "Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detêm no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite" Salmos 1.1; Veja ainda 2 Timóteo 2.15; Salmos 119.105; Provérbios 7.1-3; Deuteronômio 6.6-9; 1 Timóteo 4.13; 2 Timóteo 4.13; Provérbios 9.9; Salmos 119.9-16; Salmos 19.7-8. Essas referências já são suficiente para provar que o pensamento da CCB é contrário a Palavra de Deus. Os membros da CCB não conhecem a Palavra de Deus como deveriam e fazem questão de dizer que não sabem para dar a entender que tudo que falam provém do Espírito Santo. 
 
b) Sobre o Batismo
 
A CCB não reconhece a Batismo efetuado por outras denominações, mesmo que seja por imersão em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mateus 28.19), pelos seguintes argumentos: "o batismo de outras denominações cristãs está errado, porque utilizam a expressão ‘eu te batizo’". A CCB entende que ao dizer "eu te batizo" é a carne que opera e o homem se coloca na frente de Deus. "O Batismo só é válido se efetuado com esta fórmula: Em nome do Senhor Jesus te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".  Parece que a CCB, além de não conhecer a Bíblia, desconhece também, a língua portuguesa. Que diferença há em dizer: "Eu te batizo" ou "Te Batizo". O sujeito não está oculto? Além do mais, se, pelo fato de utilizar a expressão "eu te batizo", estivermos aborrecendo a Deus , então João Batista teria ofendido a Deus, pois ele dizia "eu vos batizo com água..." Será que a CCB acha que João Batista era carnal e se colocava na frente de Deus?
 
c) A Saudação da CCB
 
A CCB nos acusa de saudar com a "paz do Senhor". Citam para justificar esse conceito a seguinte expressão: "devemos saudar com a paz de Deus, e nunca com a Paz do Senhor, porque existem muitos senhores, mas Deus é só um”. Essa acusação da CCB se desfaz em pó com somente um versículo que Paulo escreveu na primeira carta aos Coríntios 8.5,6, que diz: "Porque, ainda que haja também alguns que se chamam deuses, quer no céu como na terra (como há muitos deuses e muitos senhores). Todavia para nós há um só Deus, Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por Ele". A CCB não consegue entender que quando saudamos com a paz do Senhor estamos saudando com a paz do nosso grande Senhor Jesus Cristo. Veja João 14.27.
 
d) O Ósculo Santo
 
A CCB insiste em adotar costumes orientais, muitos deles registrados na Bíblia, como é o caso do ósculo santo, pensando com isto estar em posição espiritual superior à dos outros. Esse é um costume que perdura até hoje no oriente. O ósculo era uma maneira comum de saudar no oriente, muito antes do estabelecimento do cristianismo. Tem servido igualmente como parte da expressão judaica em suas saudações, tanto nas despedidas como também na forma de demonstração geral de afeto. Ver Gênesis 29.11; 33.4.  Quando Paulo recomendou que se saudasse uns aos outros com ósculo santo, simplesmente estava falando de um costume existente. Caso fosse no Brasil, certamente seria mencionado o aperto de mão ou o abraço. Essa é uma questão cultural, que também não é compreendida pela CCB.
 
e) O Dízimo
 
Ensinam os Anciãos da CCB que o dízimo é da lei e que é maldito e hipócrita aquele que dá e aquele que o recebe. A Bíblia ensina que o dízimo é santo; a CCB ensina que é profano. A Bíblia ensina que o dizimo é do Senhor (Levítico 27.30); a CCB ensina que o dízimo é para ladrões. Jesus não condenou a prática do dízimo (Mateus 23.33); condenou, sim, os hipócritas que desprezavam os principais preceitos da Lei de Deus, mas não condenou o dízimo praticado até pelo pai dos crentes, Abraão (Gênesis 14.20). É estranho que a CCB combate o dízimo, mas instituíram as seguintes ofertas: ofertas da piedade, oferta para compra de terrenos; ofertas para fins de viagens; ofertas para conservação de prédios e ofertas de votos. Eles combatem o dízimo bíblico e ao mesmo tempo instituíram várias ofertas para suprir a ausência do dízimo. Convém ainda destacar que essas ofertas foram inventadas por eles, sem nenhum fundamento bíblico. A Bíblia fala de dízimos e ofertas, mas não acrescenta nas ofertas esses nomes por eles acrescentados.
 
f) Sobre a liderança da CCB
 
Para a CCB, existe somente o ancião e ensinam que todo pastor é ladrão. Condenam a função de presbítero, mas ainda não descobriram que "Ancião" é a forma hebraica para presbítero no grego. Eles são tão incoerentes que no parágrafo 10 das doutrinas da CCB, diz: "Nós cremos que o Senhor Jesus Cristo tomou sobre si nossas enfermidades. Está alguém entre vós doente? Chame os Presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor..." (Tiago 5.14-15). Quanto às passagens que dizem respeito ao ministério da Igreja encontram-se em: Efésios 4.11; Atos 6; Tito 1.5; Hebreus 13.7-17 etc. Certamente os membros da CCB as desprezaram, ou então, ignorantemente, dirão que essas passagens são espirituais, e não materiais. Só que quando se refere somente a ancião e diáconos, aí se tornam misteriosamente materiais.
 
g) Sobre a pregação do Evangelho
 
A CCB defende que não se deve sair para evangelizar, utilizando-se novamente de versículos bíblicos fora do contexto. Eis aqui os versículos citados pela CCB: Mateus 6.5; Mateus 7.6; Mateus 12.18-21. Apegados a estes versículos a CCB busca justificar sua recusa ao "ide" do Senhor Jesus. Jesus não ordenou que seus discípulos esperassem até que alguém sentisse que deveria aceitar o evangelho. Jesus jamais disse ao pecador: "Se sentires e fores ao templo será salvo". Ao contrário, Ele disse a Igreja: "Ide por todo mundo; pregai o evangelho a toda criatura" Marcos 16.15. Veja ainda: Atos 2.14-36; Atos 16.25-34; Atos 17.22-31; Atos 1.8; 17.17; 16.13; 21.15; Romanos 1.14-15; 1 Coríntios 9.16 etc.
 
h) Sobre a oração somente de joelhos
 
A CCB diz que somos fariseus por orarmos de pé. Se a oração fosse de fato como dizem, como poderíamos cumprir o que Paulo diz em 1 Tessalonicenses 5.17 "Orai sem cessar". É verdade que o texto de Lucas 18.11 declara que o fariseu estando em pé orava e sua oração não foi ouvida. Mas no v. 13 declara que o publicano achava-se também em pé e sua oração foi ouvida. Logo, não é a posição do corpo que influiu na resposta de oração, mas a situação do coração (Isaías 1.15-16). A Bíblia aponta várias posições para oração: Oração de olhos abertos e em pé (Gênesis 18.22; João 11.41-42); oração sentado (João 17.1); oração de cócoras (1 Reis 18.42); Oração no ventre do peixe (Jonas 2.1-3); Oração deitado na cama (Isaías 38.2-3).
 
i) O Uso do véu e do cabelo
 
Os legalistas da CCB dizem que a mulher que corta os seus cabelos vai para o inferno e outros ainda acrescentam que é importante e necessário o uso do véu no culto. O texto, do qual a CCB tirou essa doutrina é 1 Coríntios 11:1-16A mulher cobria a cabeça nos dias de Paulo, como sinal de modéstia e subordinação ao marido, e para demonstrar a sua dignidade. O véu significava que ela devia ser respeitada e honrada como mulher casada. Sem véu, ela não tinha dignidade (conceito da época).
 
A verdade é que o uso do véu era algo peculiar da igreja dos Coríntios, era um problema local. Não podemos transformá-lo em doutrina universal para a igreja! Mesmo porque, o apóstolo jamais ensinou sobre o uso do cabelo e do véu para outras igrejas. Em nenhuma outra epístola iremos encontrar tal ensinamento. Contudo se as mulheres da CCB fossem praticar realmente o versículo, teriam que usá-lo fora da igreja também como faziam as mulheres da época, e não somente durante o culto! Tudo isso mostra a incoerência da CCB em sustentar uma doutrina extra bíblica.
 
Conclusão
 
Procuramos destacar alguns pontos contraditórios da Congregação Cristã, ainda que sucintamente, mas cremos ser o suficiente para mostrar que essa denominação é exclusivista. Parece que o céu foi feito só para eles e que a salvação só existe em sua denominação e em questão de Bíblia só a interpretação deles é válida. Para eles somente sua liderança é Bíblica, somente sua maneira de orar é válida e a pregação do evangelho só é correta através de seus membros. Sem dúvidas, a Congregação Cristã no Brasil está completamente desviada de seus propósitos iniciais. Precisa urgentemente voltar ao primeiro amor - Apocalipse 2.4,5.
 
Comentário Teológico de I Coríntios 11:5
 
Autor: Professor Paulo Andrade
 
Bacharel em teologia (FATEADALPE), Licenciatura Plena em Ciências da Religião (UVA). Pós-graduado em: ensino de História, e História das Artes e das Religiões (UFRPE) e licenciando em Pedagogia (UVA). Professor da FATEADAL (Faculdade Teológica da Assembleia de Deus em Abreu e Lima).
 
Neste comentário, procuramos refutar, algumas falácias concernentes ao uso do véu e o corte de cabelo, no contexto de Corinto.
 
Paulo enfatiza algumas determinações alusivas ao assunto, como princípios morais e eternos ou como princípios circunstanciais? Teríamos algum respaldo, à luz da Hermenêutica Bíblica, para determinar o uso do véu para os dias atuais? Seria uma falta de decência, das mulheres cristãs a não utilização do véu? Porque as mulheres judaicas usavam o véu? E as Helênicas não usavam? E porque era proibido as mulheres contemporâneas do Apóstolo Paulo de terem os cabelos rapados?
 
Transliteração
 
PROS KORINTHIOYS A PASA DE GYNE PROSEYCHOMENE HE PROPHETEYSA AKATAKALYPTO TE KEPHALE KATAISCHYNEI TEN KEPHALEN AYTENS;
 
TRADUÇÃO LITERAL
 
"Toda mulher orando ou profetizando descoberta com a cabeça desonra a cabeça dela;"
 
EXEGESE TEOLÓGICA
 
Neste trecho o vocábulo mais discutido é sobre a questão do uso do véu; o que o apóstolo Paulo quis nos ensinar? Seria este um ensino de valores eternos ou circunstanciais? E qual a utilização do uso do véu hoje?
 
Primeiro: À luz do contexto. O escritor fala sobre uma hierarquia na criação I Coríntios 11:3, ordem na criação I Coríntios 11:7-9.
 
Segundo: Discorrendo no contexto cultural, observamos que, a cidade de Corinto era estrategicamente estabelecida; foi uma autêntica metrópole, abrigando judeus, gregos e romanos. Portanto, havia uma miscigenação de raças e de culturas. A cidade fornecia mais divertimento e opções culturais que outros portos menos importantes. Lá ficava o único anfiteatro (uma construção romana) da Grécia com capacidade para mais de 20.000 espectadores. O grande templo de Afrodite, sendo a deusa identificada com a lascívia e com a prostituição cultural, seu templo abrigava mais de 1.000 prostitutas. A cultura de Corinto não era judaica, mas grega e fortemente influenciada pelos viajantes romanos que lá passavam. Portanto eles se vestiam, comiam e se portavam diferentes dos judeus.
 
Terceiro: O uso do véu.
 
Para os judeus era um costume antigo, que representava a decência das mulheres; veja Gênesis 24:36 – Submissão das mulheres.
 
Quarto: No caso de Corinto, temos um costume das prostitutas (sacerdotisas do templo de Afrodite) terem as cabeças rapadas, e também as mulheres gregas que não se prostituíam tinham o cabelo comprido, porém não usavam o véu. Então concluímos; numa cultura a não utilização do véu poderia ser motivo para o divórcio, também poderia ser uma forma de lamento, ter a cabeça rapada, ou indicar uma mulher culpada de adultério. As sacerdotisas do templo de Afrodite raspavam a cabeça e conforme um costume local, elas teriam que se entregar a algum desconhecido sexualmente, uma vez por ano (havia em Corinto mil prostitutas – sacerdotisas de Afrodite).
 
Quinto: Enfatizamos que Paulo não ensinava nesta passagem bíblica, princípios morais eternos, e assim circunstanciais, ou seja, cultural. O ensino era que, por uma questão de coerência, aqueles que quisessem manter a tradição do uso do véu hebraico deveriam também preservar o uso dos cabelos compridos presentes na cultura helênica. 
 
Segundo o escritor Ricardo Gondim "Isto porque, da mesma forma que uma mulher sem o véu era considerada prostituta pelos judeus, uma mulher com a cabeça rapada era tida como meretriz pelos gregos".
 
A decência nesta questão não seria o comprimento do cabelo, nem tão pouco o uso do véu. E sim a decência com que a mulher se apresentava na igreja e na sociedade.
 
É possível, encontrar ainda hoje, em pleno século XXI, seguimentos religiosos diversos que, respaldando-se na sua cultura,cosmovisão religiosa ou na interpretação de trechos bíblicos sem considerar o seu contexto, criam normas,regulamentos para legitimar nos seus seguidores mecanismos de controle. Doravante, é preciso pois, respeitar os costumes de cada seguimento religioso, ou seja, aqueles que proíbem por exemplo: o corte de cabelo para as mulheres, ou o uso de calças compridas, sem contudo condicionar ou até mesmo atrelar a salvação de uma alma a observância irrestrita aos mesmos. Pois, conforme o conceito paulino "não vem das obras para que ninguém se glorie".
 
Segundo a Hermenêutica Bíblica, devemos interpretar o texto dentro dos contextos: Histórico, geográfico, sintático, gramatical, lexicológico, teológico e doutrinal. Portanto, a lei geral diz: "Que um texto fora do seu contexto, serve de pretexto".
 
Não há qualquer restrição bíblica hoje quanto ao corte de cabelo ou a proibição do uso de calças compridas para mulheres. Deve-se respeitar o contexto religioso e cultural que o seguidor(a) estão inseridos. Entretanto, salientando sobretudo que, nenhuma tradição ou norma cultural está acima das Escrituras sagradas.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
Chave Lingüística do Novo Testamento, Vida Nova, 2003. SP.
 
É Proibido o Que A Bíblia Permite e a Igreja Proíbe, Editora: Mundo Cristão, 1998. SP.
 
Léxico do Novo testamento, Grego/Português, Vida Nova, 2000. SP.
 
Minidicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda, Editora Nova Fronteira, 2000. RJ.
 
Novo Testamento Grego Analítico, Vida Nova, 1987. SP.
 
Pequena Gramática do grego Neotestamentário (Coinê), 8ª Edição, 1998: CEIBEL. MG.
 
Seitas Proféticas, JUERP, 5ª Edição, 2001. RJ.
 
Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos, Editora Vida, 201. SP.